Diante da singularidade conferida ao regime do olhar o sujeito com deficiencia, na contemporaneidade, este estudo privilegia a constituicao identitaria desse sujeito a medida em que ele e discursivisado por complexas relacoes entre os dominios do saber, do poder e da etica. Tal inquietacao mobiliza-nos a empreender um gesto de leitura acerca do documentario “Ver e crer”, exibido no festival de filmes “Assim Vivemos” (2007). Com base nos pressupostos teoricos dos Estudos Culturais acerca da questao da identidade, em associacao com as nocoes de subjetividade e das praticas de si, caras ao solo epistemologico da Analise do Discurso de linha foucaultiana, buscamos compreender o modo como e dada a constituicao identitaria a partir das relacoes estabelecidas entre a representacao visual do sujeito com deficiencia e as condicoes de (co)existencia enunciativa sobre o corpo deficiente. Na materialidade filmica, objeto de analise empreendida, a s estrategias e os mecanismos linguistico-discursivos empregados no documentario dao visibilidade ao exercicio de um governo do outro, legitimado pela cultura da inclusao. Ocupar-se consigo mesmo e o fio condutor da discursivizacao da relacao entre subjetividade e verdade, que permeia a vontade de verdade sobre a inclusao construida na sociedade contemporânea.